Em Uberaba, os servidores protestaram na porta da Receita Estadual na última sexta-feira
Auditores fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais lotados em Uberaba protestaram, na última semana, contra o atraso do pagamento dos salários que atingiu todos os servidores do Estado.
Os manifestantes protestaram na porta do prédio da subsecretaria da Receita Estadual, contando com a presença de auditores da Delegacia Fiscal, Delegacia Fiscal de Trânsito e também servidores do Posto Fiscal de Delta.
Segundo a delegada do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas, Milena Sousa Moreira, a intenção dos servidores foi mostrar a insatisfação pela decisão de parcelamento dos salários. “Chamamos a atenção do governo e da sociedade para a posição da categoria de que a crise financeira do Estado não será resolvida com parcelamento e arrocho salarial do funcionalismo, mas, sim, com o combate à sonegação fiscal e a redução de gastos desnecessários, o que também permitiria a revisão da política tributária do Estado, para uma redução de carga tributária e uma tributação mais justa”, disse a auditora fiscal.
O ato não ficou restrito apenas a Uberaba. Na capital, os auditores também protestaram. De acordo com o sindicato, o protesto seguiu a mesma linha do interior. “O protesto tinha como objetivo pressionar o governador Fernando Pimentel a rever a medida de parcelamento dos salários nos meses de fevereiro, março e abril, a abrir negociação das reivindicações da categoria, principalmente a recomposição das perdas inflacionárias, que, nos últimos dois anos, acumulou 18%, e a chamar a atenção da sociedade para os problemas financeiros de Minas, fomentando o debate social sobre a arrecadação do Estado e a aplicação de seus recursos”, publicou o Sindifisco.
O presidente do sindicato em Minas, Lindolfo Fernandes de Castro, chegou a emitir uma nota sobre a situação. Ele citou sobre a concessão de benefícios fiscais no Estado, onde o Governo abriu mão de 28% da receita do ICMS. “O maior problema é que esses benefícios são ilegais e muitas vezes não se justificam, pois não trazem retorno social. Então, por que o governo está abrindo mão dessa receita? Quem está sendo beneficiado? Os trabalhadores do serviço público, que estão recebendo seus salários parcelados, certamente não estão. Não é justo que eles suportem, sozinhos, o peso da crise financeira que tem origem na má gestão do Estado”, afirmou o dirigente sindical.
Os auditores pediram ainda a realização de concurso público e a recomposição das persas inflacionárias, que, segundo repassado, já ultrapassa 18%. Em janeiro, o sindicato chegou a entrar com mandado de segurança coletivo junto ao Tribunal de Justiça mineiro pedindo o cumprimento do pagamento dos salários dos servidores até o quinto dia útil do mês.
Fonte: Fenafisco/Jornal de Uberaba