Parar o país vai ser fundamental para servidores e a democracia.
Caríssim@s dirigentes sindicais do Fisco Estadual e Distrital,
Do carnaval, restam as cinzas, mas o Brasil está prestes a incendiar.
Posso – e até mesmo desejo – estar enganado, mas há muitas evidências de que podemos experimentar um agravamento da crise política e econômica nos próximos dias. Agudiza-se a olhos vistos o conflito institucional entre o Executivo Federal, o Congresso Nacional e o STF.
Mesmo no Exército a tensão entre generais quanto aos rumos do país já ultrapassou as muralhas dos quartéis.
O presidente Bolsonaro e o general da reserva e ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno, convocaram um ato para o dia 15 de março com o declarado propósito de emparedar o Congresso, a quem o próprio Augusto Heleno na semana passada acusou de chantagista e contra o qual endereçou um sonoro “foda-se!”.
Eis que o general da reserva Santos Cruz criticou duramente o uso da imagem do Exército na convocação do ato, acusando-o (o uso da imagem) de irresponsável.
Em paralelo, as Pecs 186, 187 e 188 e a reforma administrativa propriamente dita, caso prosperem, representam o maior desmonte do Estado Social e do serviço público em todos os tempos, o que exigirá muita organização e capacidade de luta por parte dos trabalhadores da iniciativa privada e do setor público.
É preciso organizar uma massiva e contundente greve geral no dia 18 de março, sob pena de sermos fragorosamente derrotados.
Sei das nossas dificuldades, especialmente no caso da nossa categoria, de perfil pouco afeito ao recurso da greve, mas é preciso que sejamos capazes de vencer resistências, sensibilizar e alertar a nossa categoria para o que está em jogo.
Greve não é expediente de gente inculta, inferior, deseducada. Ao contrário disso, greve é instrumento de luta potente e atemporal. É arma de gente consciente de sua importância e de sua força.
Greve é para quem usa macacão, bota e capacete, e também para quem usa jaleco e paletó.
Greve é para quem depende de salário para sustentar a si próprio e a sua família.
Se conseguirmos parar o Brasil por um dia, abriremos um horizonte de possibilidades para a nossa luta em defesa do serviço público.
Vamos à luta!
Charles Alcantara
Presidente da Fenafisco