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20/03/2015

AC: Em crise financeira, prefeito do Bujari diminui R$ 2 mil do próprio salário

Com problemas financeiros na gestão, Tonheiro Ramos, prefeito do Bujari, município distante 22km de Rio Branco, afirma que vai diminuir o próprio salário em R$ 2 mil, a partir do final deste mês, quando o caso deve ser analisado pela Câmara de Vereadores. Segundo ele, o secretariado também deve sofrer alterações na remuneração. E, ainda, em torno de 50% do quadro de comissionados deve ser exonerado.

O prefeito explica que, caso seja aprovado pelos vereadores, seu salário passará de  R$ 9 mil para R$ 7 mil. Para alguns dos secretários, o salário vai baixar de R$ 3.600 para R$ 2.800. O restante deve receber apenas pela função que desempenhavam como funcionário público. Os dois secretários adjuntos que atuam no município também serão exonerados.

“Vamos fazer alguns ajustes, mas o que está certo é a redução do meu salário em R$ 2 mil, para este mês de janeiro. Temos nove secretários e dois adjuntos. Eles vão assumir a secretaria pelo salário de carreira, como funcionário público, e não de secretário. Os adjuntos serão exonerados. É uma questão que já está encaminhada”, fala.

O prefeito afirma também que as possíveis exonerações vão ocorrer somente sobre cargos comissionados, totalizando em torno de 25 pessoas. “Vamos afastar em torno de 50% dos comissionados até que possamos restabelecer as economias. Não são funcionários de carreira.Tudo o que estamos fazendo é para proteger as pessoas que têm um contrato permanente”, garante.

Ramos explica que as medidas são tomadas por causa, sobretudo, de diversas dívidas trabalhistas que o município contraiu em gestões anteriores que, atualmente, totalizam R$ 3 milhões. Além disso, o município deixou de receber, desde o início deste ano, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).”O motivo dessas medidas são as dívidas trabalhistas e o sequestro do FPM. Estamos zerados, sem nenhum centavo, do FPM do mês de janeiro”, acrescenta.

Devido ao corte do FPM, o município também enfrenta problemas com a coleta de lixo, já que o veículo destinado ao serviço está quebrado e não existem recursos para cobrir o conserto de R$ 5 mil. Ele explica que, devido ao fim do lixão na cidade, os resíduos são transportados para a Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (Utre). O lixo está sendo transportado em um caçamba.

“Na verdade, não tem recurso para dar manutenção do carro. Estou com um caminhão de lixo quebrado, que custa R$ 5 mil. Rodo 120 km para poder levar todo o lixo para a Utre de Rio Branco. A maior dificuldade é que o caminhão está quebrado e eu não tenho recurso para consertar. Estou levando numa caçamba e o custo é muito mais alto”, diz.

Ao G1, o coordenador da Associação dos Municípios do Acre (Amac), Marcus Frederick Lucena, disse que “a dificuldade das prefeituras acreanas é real”. Ele explicou que, devido à baixa arrecadação, os municípios acabam não conseguindo cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina o gasto máximo para pagamentos de funcionários. Ele disse ainda que os municípios de Cruzeiro do Sul e Tarauacá já chegaram a demitir, juntos, 330 servidores comissionados.

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