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18/02/2011

Alerta: perigo da dengue pode estar ao lado

Uma coisa pode-se dizer do mosquito da dengue: ele é democrático. Pode estar em qualquer lugar, numa casa com alto padrão no centro da cidade ou em um barraco na periferia. Esse tem sido o foco de trabalho da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), que registrou 150 internações com suspeita de dengue com complicação do início deste ano até o dia 16 de fevereiro. Seis continuam sob avaliação médica.

Três mortes em Belém, ainda em investigação, podem ter sido causadas pela dengue. Em Castanhal, Tucuruí e Marabá também existem óbitos em investigação. Ao todo, são nove mortes suspeitas, das quais uma já foi confirmada e outra descartada. Apesar desses dados, a Sespa segue afirmando que segundo a série histórica dos últimos dez anos, os casos notificados estão dentro do padrão esperado.

São números. Para quem sofre com as consequências da doença, o caso é, sim, para alarme. Linda Sobral é uma dessas pessoas, que passou pela difícil situação de ver seus dois filhos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), entre a vida e a morte, após terem contraído a dengue. “O meu filho de 5 anos chegou a ser desenganado pelos médicos porque a dengue dele evoluiu para dengue hemorrágica. Nunca imaginei que isso fosse acontecer com a minha família”.

A família de Linda mora em uma casa bem localizada, em um condomínio fechado, numa área nobre da cidade. O foco de dengue estava atrás da casa de Linda, em um terreno abandonado. “Quando descobri que meus filhos pegaram dengue, fiquei em pânico e comecei a procurar onde poderia ter foco da doença”. Ela descobriu o terreno, entrou em contato com o proprietário e pediu para que ele demolisse uma casa que havia lá. “Liguei para ele desesperada. Disse que estava com meus filhos sofrendo no hospital. A sorte que ele entendeu e mandou demolir a casa”.

A preocupação de Linda é que após a demolição da casa, o terreno virou residência de mendigos. A reportagem foi até o local na avenida José Bonifácio e constatou a precariedade do terreno. Fezes humanas, água parada, mato e muita sujeira fazem parte do cenário do local. “Tenho medo que esse problema não se resolva nunca. Por mais que a prefeitura e o governo façam sua parte, a população também precisa fazer. Acho que as pessoas só vão começar a fazer a sua parte quando alguém da sua família tiver tido dengue. Só quem teve sabe como é difícil”, finaliza.

Fonte: DOL