“Se nós conseguíssemos criar mecanismos mais eficazes de controle de fluxos e capitais, daríamos certamente um golpe muito forte no crime organizado”, apostou.
Indústria bélica
João Ricardo Costa também chamou a atenção para o envolvimento da indústria armamentista no crime organizado. O magistrado destacou o fato de a Suécia, país com um exército pequeno, produzir enorme quantidade de armas.
“Eles miram o mercado ilícito. Evidente que estão contando em vender essas armas para o tráfico, o terrorismo”, disse.
Judiciário
Comentando a atuação de juízes em relação ao crime organizado, Costa disse que os magistrados não se deixam intimidar, apesar de que hoje existem 200 deles sob escolta no Brasil.
Por outro lado, em referência a atender ou não pedidos de prisão de integrantes do crime organizado, Costa alertou para o fato de a prisão gerar criminalidade.
“O crime organizado atua dentro dos presídios. Se abrirmos as portas dos presídios, elas se desorganizam. O Judiciário tem manejado o ingresso e a saída de presos já sabendo das consequências de um integrante dentro do presídio. Ele chega lá já sabendo as ordens que vai dar ou receber.”
Parcerias
O coordenador-geral de Pesquisa e Investigação da Receita Federal, Dr. Gerson D’agord Schaan, disse que a Receita tem procurado fazer parcerias para investigar os aspectos financeiros do crime organizado.
“A forma que a receita procura atuar é através do trabalho de parcerias. Nessa linha, por exemplo, nós trabalhamos com o apoio à investigação dos aspectos financeiros do PCC, na investigação do narcotráfico. Temos um projeto muito forte no tráfico de cocaína”, informou.
Schaan falou ainda que a Medida Provisória 693/15, que concede porte de arma de fogo aos auditores e analistas tributários da Receita Federal, é extremamente importante para a segurança e o bom andamento dos trabalhos. A MP está sendo analisada por uma comissão mista do Congresso.
Fonte: Agência Câmara