A pensionista Rachel Ephimade, de 81 anos foi a primeira a se levantar, cantar e dançar. Foi apenas o começo para que, ao som de um chorinho de Adamor do Bandolin, todos os participantes
do V Encontro de Aposentados e Pensionistas, do Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará, ocupassem o palco e fechassem com emoção o evento. Estava provado, como ensinou o slogan do seminário, que aqueles homens e mulheres se aposentaram apenas das funções na Secretaria da Fazenda e não da vida.

No encontro, realizado na sexta-feira, 21, no Crowne Plaza, os sindicalizados puderam debater sobre temas políticos, sobre sexualidade e entretenimento. Para o presidente do Sindifisco, Charles Alcantara, que chegou de um congresso de fazendários cearenses a tempo de abrir o seminário dos aposentados do Fisco paraense, a participação política do grupo merece o reconhecimento sindical. “É bonito ver essa participação”, elogiou o presidente.

Os aposentados e pensionistas debateram temas políticos, sexualidade e entretenimento (Fotos: Roberta Brandão)

A convite do Sindifisco, o diretor de Aposentados e Pensionistas da Federação Nacional do Fisco (Fenafisco), Celso Malhani, explanou e deu informes sobre temas relacionados à previdência pública. Tanto era o volume de informações que o diretor da Fenafisco excedeu o tempo de apresentação a pedido dos próprios presentes. Devido à velocidade de informações e a quantidade de notícias sobre a previdência, Celso Malhani alerta: a mobilização precisa ser permanente.

“Você trabalhou uma vida no serviço público e obviamente cumpriu o seu trabalho. Até o momento que você chega numa idade que apresenta a maior vulnerabilidade do ser humano. Nesse momento, tu precisas garantir a percepção da recompensa financeira que vai te permitir viver o mesmo padrão de vida que idealizamos viver durante a vida funcional. Queres manter a essência e a rigidez desta recompensa? Tem que estar permanentemente mobilizado nas casas legislativas, no sindicato, acompanhando como está andando o tratamento das previsões orçamentárias”, explicou, didático, Malhani.

Quando o tema foi sexo na melhor idade, os participantes do evento deixaram os tabus de lado e participaram ativamente da palestra da psicóloga Mônica Santos. A palestrante mostrou que o prazer pode estar ligado a várias outros aspectos que não somente o físico e que o afeto e o conhecimento de si mesmo são o mais importante em qualquer tipo de relação e em qualquer idade.

O grupo teatral “Encantadores de História” exaltou a importância da memória e propôs dinâmicas e brincadeiras. O evento foi finalizado pelo músico Adamor do Bandolim, que também integra o time da terceira idade e que encantou com o seu talento e modo pessoal de tocar, típico da destreza que só se apreende com tempo.