Segundo dados apresentados ontem (21) na CPI da Vale, 42 barragens no Pará não possuem Plano de Segurança.
Por Fátima Gonçalves
Mesmo após os desastres humanitários e ambientais de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, 42 das 57 barragens que a empresa Vale tem no Pará não possuem um Plano de Segurança. As informações são do Sistema Nacional de Mineração e foram divulgadas ontem na sexta sessão de tomada de depoimentos na CPI da Vale na Assembleia Legislativa (Alepa).
O deputado Carlos Bordalo (PT) se declarou “assustado” porque todos os diretores da empresa que têm comparecido para prestar esclarecimentos na CPI desconhecem os procedimentos elementares para evitar rompimento da barragem. Por isso, talvez os próximos a serem ouvidos sejam os responsáveis pelo setor de Geotecnia da Vale.
Nesta terça-feira (21) ocorreram os depoimentos de Hugo Barreto, diretor de Investimento Desenvolvimento Social, e Rafael Martinez, Gerente Executivo de Estratégia e Sustentabilidade, que apresentaram dados dos investimentos em projetos sociais, culturais e ambientais, mas pouco contribuíram para tirar dúvidas dos parlamentares.
O relator da CPI, deputado Igor Normando, desabafou que os depoimentos não estão ajudando e que a CPI tem dificuldades para ter respostas efetivas. O presidente da Comissão, Eraldo Pimenta, garantiu que o relatório final será rico em informações para a sociedade paraense.
Na verdade, o que se percebe é que a CPI parece estar andando no escuro para descobrir informações que deveriam ser transparentes. E a empresa que lucrou R$ 40 bilhões apenas no último trimestre e atua em grande área do estado, segue sendo uma ilustre desconhecida da população e das autoridades do Estado.
Quanto a isso, o Sindifisco/ Pará está patrocinando um amplo estudo sobre “Mineração, Tributação e Desenvolvimento no Pará” que será apresentado à sociedade no próximo mês de dezembro, em Belém, durante um seminário internacional.