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23/04/2014

Charles diz que sindicalista capacitado negocia melhor data-base com governo

O presidente do Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará (Sindifisco-PA), Charles Alcantara, previu nesta quarta-feira, 23, que a campanha desencadeada na data-base pelo funcionalismo público estadual terminará repetindo a tradicional petição de miséria chorada pelo governo paraense para conceder apenas a correção inflacionária do último período, sem remunerar bem o trabalho dos servidores. “Um círculo vicioso que se repete ano após ano”, escreveu Alcantara, realista, numa mensagem postada em seu perfil no Facebook.
Preocupado com a interlocução dos sindicatos com o governo sempre resistente a ceder ganho real significativo para melhorar de fato o apertado orçamento familiar dos trabalhadores públicos, o presidente do Sindifisco defende a capacitação das lideranças sindicais para a discussão de matérias técnicas como receitas e despesas públicas, dívida pública e Lei de Responsabilidade Fiscal. “É preciso melhorar a intervenção dos dirigentes sindicais nesses temas”, propõe.
A íntegra da mensagem:
Mais uma data-base dos servidores públicos estaduais e, aposto, o mais do mesmo.
O começo e o fim de sempre.
No começo, a luta por reposição de perdas acumuladas ao longo da história.
No fim, malemá, correção da inflação oficial do último período.
Um círculo vicioso que se repete monocordicamente ano após ano.
O salário e as condições de trabalho da imensa maioria dos servidores públicos são vexatórios e incapazes de promover a qualidade no atendimento prestado à sociedade. Aviltantes, os salários e as condições de trabalho dos servidores públicos são um desrespeito à própria coletividade que demanda os serviços públicos.
Malgrado todo o esforço, lideranças sindicais mal conseguem sensibilizar as suas próprias bases para reagir a esse estado de coisas, dado o estado de letargia que se abate sobre a maioria, cansada, cética e desencantada com a política e os políticos.
Não há fórmula para sair desse círculo vicioso, mas aposto que uma das saídas está na capacitação das lideranças sindicais em temas relacionados com o financiamento público (receita e despesa); dívida pública; Lei de Responsabilidade Fiscal; divisão da receita pública entre União, estados e municípios e outras questões afins que fizeram do Brasil um paraíso dos banqueiros e especuladores, para os quais é destinada a maior parte dos tributos pagos pela sociedade.
É preciso melhorar a intervenção dos dirigentes sindicais nesses temas.
Penso que o olhar precisa ser menos retrospectivo e mais prospectivo.
Penso que é possível, com informação, mobilização e pressão, sair da armadilha da perda histórica e enveredar por outro caminho: o da construção de uma política de médio prazo que, por exemplo, assegure parte do êxito da arrecadação para melhorar progressivamente a condição salarial dos servidores públicos do Estado do Pará.
É possível!