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06/06/2014

Charles: “O meu futuro é hoje”

Último dia de presidente do sindicato revela transição natural  Na quinta-feira, 5 de junho, a sede do Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará (Sindifisco PA) parece viver um dia comum, como tantos do cotidiano agitado da entidade. Trânsito contínuo de pessoas, trabalhadores desempenhando tarefas rotineiras, mas a todo momento a porta da sala da presidência é aberta. Ouvem-se cumprimentos, agradecimentos. O fato incomum ao dia a dia da entidade sindical do Fisco paraense é protagonizado pelo presidente Charles Alcantara. Ele esvazia gavetas, recolhe objetos pessoais, arruma caixas e abraça alguns livros. Nessa corriqueira quinta-feira, findaram, na prática, 5 anos e 5 meses das gestões “Avançar” e “Avançar Mais”, comandadas por Charles.

Acompanhado por Antônio Catete, o presidente que toma posse nesta sexta-feira, 6, Charles passou o último dia na presidência organizando suas coisas para deixar a “casa arrumada”. Entre a arrumação, sorrisos confidentes dos dois amigos e companheiros de lutas e discursos que se completam, Charles confidencia. “Sou muito perfeccionista”, diz, abrindo um sorriso. E finaliza: “Mas quando se tem a sensação do dever cumprido, não há dificuldades”.

Neide, funcionária há 20 anos da entidade, ajuda na arrumação. “Só não estou mais triste porque sei que ele continuará na luta”, confessa. Não é nada incomum ouvir os funcionários do sindicato afirmarem que Charles deixará saudades como colega de trabalho.

Último dia de presidente do sindicato revela transição natural   Na verdade, como a agenda do Sindifisco esteve muito intensa nas últimas semanas por causa das lutas sindicais em andamento, pouca gente se deu conta de que a despedida estava à porta. Talvez pelo fato de a gestão sindical ser tão próxima da nova diretoria ou talvez porque Antônio Catete sempre fez parte da rotina sindical. Há no ar a convicção de que a mudança presidencial é mais um passo em direção à consolidação do sindicato – e não um fim ou um começo.

“Esse processo de final e início de mandato não parece ser a tônica do momento. Não haverá uma quebra na história do sindicato, pelo contrário. A forma como a última assembleia foi conduzida – metade por mim e outra metade pelo Catete – já expressa esse clima de coesão. A transição não aconteceu com a aclamação do Catete para presidente. A transição vem sendo construída de forma natural há anos”, afirma Charles.

Com o habitual sorriso, Charles demonstra a segurança de quem deixa um grande trabalho em boas mãos. Diante da pergunta inevitável que todos gostariam de fazer para ele, sobre o futuro, responde com o presente “Meu futuro é continuar contribuindo, ser útil ao meu tempo, lutar permanentemente. O meu futuro é o que eu tenho feito do meu presente”, sentencia, parafraseando Santo Agostinho, filósofo católico: “A cada dia sua agonia”.