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05/09/2014

CULTURA: Mostra fotográfica retrata dor dos campos de concentração

Um olhar sobre a dor do passado que ainda pode ser percebida nos prédios e caminhos dos campos de concentração do nazismo é a proposta do artista Michel Pinho, na exposição “Patrimônio da dor”, que será aberta na próxima terça-feira (9), a partir das 19h, na Galeria Theodoro Braga (subsolo do Centur). A mostra fica disponível para visitação até 30 de setembro. A entrada é franca.

Por meio de 14 fotografias (de um total de mais 1.200 imagens), feitas durante os anos de 2010 a 2013, Pinho mostra registros da herança nazista presente nos prédios e construções de cidades da Alemanha e da Polônia. “Saí de Belém com a ideia de fazer esse caminho da Segunda Guerra Mundial, passando por cidades onde existiram campos de concentração”, conta.

Ao questionar como a construção visual desse regime pode nos ajudar a compreender a dor que emana de prédios, caminhos, banheiros e arames – presentes no mesmo lugar que um dia foi campo de concentração durante a segunda grande guerra – o artista sugere o rompimento de fronteiras.

A exposição foi uma das selecionadas no edital da Galeria Theodoro Braga e, segundo Michel, serve de gabarito, já que a galeria do Centur é um importante espaço de socialização da produção visual paraense. “O espaço [Galeria Theodoro Braga] faz parte do circuito de artes de Belém e tem um portfólio garantido de frequentadores”, afirma Michel.

“Penso que o meu trabalho não tem um público definido, desde o transeunte que passa ocasionalmente pela frente do espaço, até o fotógrafo que gosta de acompanhar o trabalho dos colegas. Tenho a esperança que alunos de graduação de História possam ter acesso ao material. É uma tentativa de abordar temas históricos de outra forma, sobre um olhar mais poético e menos acadêmico”, explica o artista.

Para o fotógrafo, a expectativa é que as pessoas dialoguem silenciosamente diante de tanta irracionalidade. “Espero que o público possa sair da Galeria pensando na sua condição humana e como a intolerância ainda é vida na contemporaneidade”, conclui.

Michel Pinho começou a fotografar nas oficinas da Fotoativa e, desde então, participou do salão Arte Pará, como convidado, e de coletivas na França e Bélgica. Suas obras estão no acervo da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, em Belém, e na Foto-arte, em Brasília. Atualmente o artista é mestrando em Arte e Cultura.

Serviço:
A exposição de fotografias “Patrimônio da dor”, do artista Michel Pinho, abre na próxima terça-feira (9), a partir das 19h, na Galeria Theodoro Braga (subsolo do Centur). Mais informações: 3202-4313

FONTE: Agência Pará