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28/10/2014

Histórias de vida celebram o servidor

Dedicação e coragem valorizam trajetória de trabalhadores da sociedade. Nesta terça-feira, 28, o país comemora o Dia do Servidor Público. A data foi criada em 1943 no governo do presidente Getúlio Vargas. Hoje, o país tem mais de 2 milhões de servidores públicos. No Pará, 107.300 pessoas se dedicam à função pública. Em Belém são 21.106 servidores ativos. Somente a Secretaria da Fazenda (Sefa) tem 1.547 servidores em atividade. Mas o que seria de fato servidor público? Será que a população tem ciência de sua importância e obrigações?

A maior parte da população talvez não se dê conta das tantas profissões que integram o funcionalismo público, como policial, bombeiro, professor, auditor e fiscal. Eles são os servidores da população: ocupam cargos públicos e desempenham funções em órgãos da administração pública, do governo.

Neste Dia do Servidor Público, o Sindicato do Fisco Estadual do Pará (Sindifisco-PA) decidiu destacar, contando as trajetórias de alguns servidores do Fisco, a importância e potencial dos trabalhadores públicos.

Mudança

A história da auditora fiscal Maria José é um desses espelhos. No serviço público há 23 anos, ela optou por mudar da função de delegada de polícia para auditora por convicção ideológica. “O imposto é menos seletivo do que a ação da polícia. Em termo de justiça social, eu entendo que imposto seja mais justo”, filosofa.

Além disso, Maria José vivenciou o processo de modernização, reestruturação e planejamento da Sefa, tendo participado da implementação de ações de fiscalização de mercadorias em trânsito. “Lembro com orgulho da trajetória desses últimos 20 anos. Todos nós, como servidores – contribuímos com nossas ideias, ideais e dedicação para a modernização da secretaria, o que resultou no aumento da arrecadação, implicando em mais recursos para beneficiar diretamente a população”.

Educação

Em Santarém, no oeste paraense, distante da capital, a professora de matemática da rede estadual de ensino Eliana Moraes levou através de projetos de educação, contemplados por premiação, alunos da rede pública a Argentina e África. A professora é idealizadora do projeto interdisciplinar de voluntariado “Sol”.

Implementado em 2004, o projeto de educação objetiva aplicar de forma prática as matérias do currículo escolar através de dinâmicas com a sociedade. Como o trabalho realizado com as famílias carvoeiras através da matemática financeira, ou um espetáculo teatral tratando de temas de educação fiscal.

A professora Eliana é reconhecida por seu trabalho de educação fiscal. Já ganhou o 4º lugar no prêmio de educação fiscal realizado pela Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite). Ela também é responsável pela montagem do espetáculo “O auto da barca do fisco”, atualmente na terceira geração. Para quem quiser acompanhar um pouco desse trabalho, a Escola Frei Ambrósio volta a apresentar o espetáculo no dia 6 de novembro.

“Ser professor é uma missão, a gente não escolhe. A partir da minha entrada no funcionalismo público, eu fui me identificando. Eu procuro contribuir com a formação cidadã e política de meus alunos”, orgulha-se a professora.

Coragem

De Oriximiná, Vânia Oliveira é professora da rede pública estadual, fiscal de tributos municipais e defensora da cidade. Uma das fundadoras do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Oriximiná (Sindismor) e vice-presidente pela terceira vez da regional norte da Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais (Fenafim), ela denunciou irregularidades na gestão pública para o Ministério Público (MP) e acompanhou esses processos representando essas entidades.

Devido ao engajamento político, Vânia enfrentou problemas, como perseguição política e até ameaça de atentado contra a sua vida, mas o seu interesse por justiça social é maior que o medo. “Nasci em Oriximiná, saí para a minha formação e retornei para contribuir com a minha cidade. Desde os 17 anos eu me identifiquei muito com essa questão de servir a sociedade. Nós, funcionários públicos, temos o dever de estar sempre atentos para exigir que os gestores atuem com ética. Precisamos estar de olhos abertos para o uso dos recursos públicos. Nós precisamos nos aliar à sociedade”, defende.

O trabalho e o destemor de Vânia são reconhecidos. Em maio deste ano, em Manaus (AM), ela recebeu a medalha do mérito pela coragem e luta pela dignidade no serviço público. A honraria foi concedida pela Febrafite.

Obstinação

Influenciado pelos familiares, com pai e irmã servidores públicos, Marcelo Fernandez cresceu vendo de perto a importância do funcionário público. Neste ano, Marcelo saiu de sua cidade natal, Rio de Janeiro, para tornar-se fiscal de receitas estaduais no Pará.

Estudando desde 2005, o novo fiscal conta que o ingresso no funcionalismo requer foco, esforço e escolha. “Eu estudei por quase 10 anos para abraçar uma função na área fiscal. Como sempre trabalhei, tinha muita dificuldade para manter o estudo, o que ocasionou meu afastamento da vida social. Mas eu não me arrependo nem sequer um minuto por esta minha escolha. Tudo valeu a pena. Fui aprovado em outros concursos, mas eu escolhi o Pará e o Pará me escolheu”, descreve o servidor do Fisco.

Marcelo, Eliana, Vânia, Maria José são alguns dos muitos nomes e histórias de trabalhadores do serviço público dedicados à sociedade. Afinal, o Estado é gerido por esses servidores. Os governos mudam, mas o trabalho do funcionário permanece. O Sindifisco-PA reconhece e parabeniza cada um desses 2 milhões servidores públicos do país.