Os caminhoneiros paraenses aderiram à paralisação nacional da categoria em protesto contra o aumento dos combustíveis, nesta terça-feira (24). No Pará, a manifestação é pacífica, sem interdições de rodovias ou protestos, como acontece em outros sete Estados do País. O sindicato local está apenas orientando trabalhadores a não seguir viagem. Protestos com interdições acontecem em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Desde às 5h da manhã, um grupo de caminhoneiros estacionou seus veículos no pátio de um posto de combustível, localizado no km 25 da Rodovia BR-316, na entrada da estrada de Mosqueiro. ‘Não estamos trancando a rodovia, só orientando os trabalhadores a não carregarem os caminhões e ficarem em casa. Alguns já pararam ao longo da rodovia, em Castanhal, Benevides etc’, contou o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Pará, Eurico Ribeiro
Foto: Polícia Rodoviária Federal
A paralisação é contra o reajuste dos combustíveis e para exigir o reajuste no preço do frete. ‘Com o aumento dos combustíveis e a defasagem no preço do frete, principalmente para nós do Norte, que percorremos longas distâncias, fica inviável trabalhar’, reclama Ribeiro. Segundo ele, o preço do frete não é reajustado há três anos.
Os caminhoneiros paraenses ainda têm mais uma reclamação com relação à fiscalização da carga horária. Eles denunciam que são obrigados a viajar por mais de 18 horas, quando o limite seria de 10 horas por dia, com descanso de 30 minutos a cada quatro horas rodadas. ‘Com isso o trabalhador é obrigado a usar medicamentos para não dormir, até porque os trechos são muito longos na região Norte. Isso coloca a vida dele em risco e também as vidas dos outros na estrada. Estamos falando de vida’, exclama o presidente do sindicato.
Os caminhoneiros garantem que a paralisação é por tempo indeterminado e que só vão voltar ao trabalho quando tiverem suas reivindicações atendidas.
A Polícia Rodoviária Federal informou que está acompanhando a movimentação, mas que o trânsito está fluindo normalmente no trecho onde eles estão concentrados.
Punição – A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou ações na Justiça Federal para que fosse determinada a liberação de rodovias bloqueadas. Nas ações, a AGU pediu que a Justiça conceda liminar (decisão provisória) também para que seja imposta uma multa de R$ 100 mil por cada hora em que a decisão for descumprida.
FONTE: ORM NEWS