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23/01/2013

“PASSEI MAIS TEMPO NA SEFA DO QUE COM A FAMÍLIA”, DIZ APOSENTADO HOMENAGEADO

Até o dia 31 de dezembro Reinaldo Couto foi o servidor da ativa com mais tempo de serviço prestado à Secretária de Estado da Fazenda (Sefa). Sindicalizado desde o início da entidade ao
Sindicato dos Servidores do Fisco, há 20 anos, ele dedicou 48 anos ao órgão de arrecadação – relação que findou no ano passado com a aposentadoria. Mas essa foi só uma fase da vida que terminou, para começar outras tantas. Reinaldo, aos 70 anos, fala com visão de futuro sobre o funcionamento da Sefa e acredita que, em breve, tudo estará interligado pela informática, ferramenta funcional que ele domina tão bem.
 
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Reinaldo Couto ao lado dos colegas da Secretaria da Fazenda
(Foto: Roberta Brandão)

Casado há 41 anos com dona Ilza Couto, com quem teve Marcelo e Milene, ele conta orgulhoso que hoje ajuda na criação das três netas – Camila, Jéssica e Vitória.

 
O auditor aposentado da Sefa entrou na secretaria em 23 de novembro de 1964 – quando ainda era chamada de Secretaria de Finanças do Estado, sediada no Palácio do Governo. Foi contratado como diarista, uma espécie de estagiário. A vaga surgiu por indicação de um professor da Escola Técnica em Contabilidade que o escolheu entre todos da turma.
 
Oportunidade agarrada e que mudou a trajetória da vida de Reinaldo, a entrada na Sefa foi um divisor de águas. “Eu disse que só passaria uma chuva na Sefa, mas essa chuva nunca passou, ainda bem”, recorda.
Influenciado pelo amigo e ex-secretário Carlos Lauzir, Reinaldo concluiu a graduação em Contabilidade na extinta Faculdade Moderno. Depois, em meados de 1970, fez um concurso interno para auditor.
Redenção, Itinga, Icoaraci, Ananindeua, Castanhal, Igarapé-Açú, Tomé-Açú, Marabá, Conceição do Araguaia, Vigia e Belém são alguns dos municípios nos quais Reinaldo esteve lotado.
Reinaldo conheceu as dificuldades de uma arrecadação fragilizada. “Nesse período em que eu entrei a arrecadação era muito difícil de ser feita. Nós varávamos a madrugada. Era tanto trabalho que assistíamos da porta do Palácio os brincantes do carnaval”. Outro problema da época era violência contra o Fisco. “Várias vezes, fui ameaçado. Presenciei a cena de um contribuinte armado e também já fui alvo frustrado de capangas”, relata.
Mas não foi só de fatos desagradáveis ou difíceis que se constituíram esses 48 anos de Fisco para Reinaldo. Nessa vida construída na secretaria, ele fez grandes amigos, como a servidora Nivaldina Cunha, Luiz Costa, Luiz Lopes, Ronaldo Caniceiro e Rui de Carvalho. “A Sefa foi minha segunda casa. Eu passava mais tempo lá do que com minha família”, testemunha.
Em dezembro do ano passado, os amigos tocados com a partida do servidor realizaram um almoço de despedida – promovido por Hélio Rubens, Ângela Silva e Ruy. Para a diretora de Aposentados do Sindifisco e amiga de Reinaldo, Mariza Mendes, iniciativas particulares ou de entidade são de extrema importância. “Comemorações, despedidas e homenagens são formas de valorizar o servidor que prestou tantos anos de dedicação ao Estado. Na minha visão, o Couto foi um grande companheiro, tanto no aspecto profissional quanto no pessoal”, declara.
 
 “A sensação é dever cumprido. Tive uma passagem aqui, uma função. O reconhecimento dos meus amigos me mostra que cumpri meu papel, como subalterno ou chefia. Lamento apenas que em muitos momentos a política tenha se sobreposto ao mérito e trabalho árduo. Mas eu sei que a Sefa mudou minha vida”, conclui Reinaldo, o aposentado homenageado pelo Sindifisco neste comemorativo 24 de janeiro de 2013.