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14/03/2011

Sindicatos trocam ajuste de 4,5% por política de longo prazo da correção do IR

A correção da tabela do Imposto de Renda deve ficar mesmo em 4,5%. Contudo, essa correção deve ter uma política de quatro anos. Esses foram os principais resultados da reunião entre as centrais sindicais e a presidente da República, Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (11).

De acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Dilma se mostrou aberta às negociações sobre o tema. “Sugerimos duas propostas: ou a correção da tabela em 6,47% ou uma política de correção de quatro anos”, afirmou.

Segundo o sindicalista, a presidente se mostrou mais simpática à proposta de longo prazo. Com isso, as centrais, de alguma forma, aceitariam o reajuste de 4,5% proposto pelo Executivo, mas, em troca, teriam um plano de correção de longo prazo. “Acredito que não tenham mais discussões sobre o assunto”, disse Paulinho.

Uma fonte que esteve na reunião garantiu que o assunto está definido. “Essa política para os próximos quatro anos vai sair mesmo”, afirmou. Além disso, está garantida a criação de mais faixas intermediárias na tabela do IR. “A ideia é tornar o imposto mais progressivo. O Governo estava estudando isso, mas agora está definido, e vai sair em breve”, disse a fonte. Hoje, além da faixa de isenção e da que tem alíquota máxima de 27,5%, existem as faixas sobre as quais incidem as alíquotas de 7,5%, 15% e 22,5%.

As medidas devem ser editadas por meio de Medida Provisória.

6,47% – O vice-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), José Lopez Feijoó, ainda defende a correção em 6,47% e disse que as centrais não aceitariam a correção de 4,5%. “Nessa reunião, não se decidiu a correção da tabela”, enfatizou. “A presidente se mostrou disposta a discutir o reajuste”.

Contudo, Feijoó acredita que, apesar dos esforços dos sindicatos, dificilmente o Governo aceitará propostas diferentes de 4,5%. “Não tenho essa expectativa. Mas há possibilidades de avanços”, afirmou.

Para o presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto, as propostas defendidas pelas centrais foram bem recebidas por Dilma. “Falamos que queríamos a correção de 6,47% e a política de longo prazo. Ela disse que leva muito em conta as propostas, mas que as analisará com a equipe técnica”, disse.

Discussões contínuas – Na reunião também foi definido que, a partir de agora, centrais sindicais e Governo terão um canal de comunicação aberto e permanente. O fórum de negociação, como foi chamado pela Presidência da República, permitirá uma reunião por mês entre as partes. “Nessas reuniões, poderemos discutir vários assuntos”, afirmou Feijoó.

Nessas reuniões, as lideranças sindicais apontaram a necessidade de se discutir as convenções 151 – que trata da organização sindical e do processo de negociação dos trabalhadores do serviço público – e a 158 – que trata da flexibilidade do mercado de trabalho brasileiro e o impacto econômico das demissões sem justa causa.

Além disso, os sindicalistas querem colocar na mesa de discussão o fim do fator previdenciário e o reajuste dos benefícios de aposentados e pensionistas da Previdência Social.

Fonte: InfoMoney