Servidoras do Fisco
Dia da mulher é todo dia: o cotidiano que prioriza o contribuinte

Elieth Braga

“Através da carreira do Fisco podemos contribuir com o desenvolvimento da Amazônia. Cada real arrecadado é revertido em obras para a população, para a qualidade de vida e redução de desigualdades sociais”, destaca Elieth Braga, salientando que os impostos sociais tem um destino social para o desenvolvimento da sociedade que na região tem peculiaridades que só aumentam a paixão pela carreira de auditora.
Elieth Braga é hoje Secretária de Planejamento do Pará e no currículo acumula como auditora vários cargos públicos, além de Secretária de Educação de Ananindeua e prefeita de Mocajuba, onde nasceu. “Tive oportunidade de coordenar área da Fazenda no sul do Pará, oeste do Pará, Baixo Tocantins e nordeste do Estado. Nosso trabalho permite vivenciar a diversidade da Amazônia e compreender como é importante esse reconhecimento. Cada área do nosso Estado tem uma economia e vocação próprias. Aprendemos e nos apaixonamos por essas diferenças e nosso trabalho nos insere no desenvolvimento de cada uma das regiões”, destaca Elieth explicando que para quem chega na profissão agora que perceba que a SEFA nos dá um inestimável período de aprendizado sobre a Amazônia. “Abracem essa profissão”, alerta a Secretária que relaciona imediatamente o trabalho dos auditores “possibilita o aspecto social que é a parte especial dessa carreira”.

Uzelinda Martins Moreira

A ex-professora Uzenilda Martins Moreira deixou o magistério depois de se formar na segunda graduação: Direito. “Saí da sala de aula e fui trabalhar no campo, em Santarém. Depois vim para Belém, para trabalho interno. E nesta carreira algo muito importante é que tive oportunidade de estudar e continuo até hoje estudando.
Uzelinda já se aposentou mas ainda está no serviço público. Depois de passar pela Auditoria Geral do Estado com licitações e contratos administrativos, que exigem a mesma paixão da Auditoria Fiscal, voltou pra SEFA. “A Sefa impulsionou tudo com dedicação e estudos”, conta detalhando que o maior aprendizado na carreira é a relação com o contribuinte. “Temos e devemos ter responsabilidade com o que é o final desta nossa missão”.

Maria Rute Tostes da Silva

A Auditora Fiscal Rute Tostes chegou no Fisco pela paixão herdada na família. Pai e irmão eram auditores da Receita Federal, vivendo a rotina desse trabalho fazendário, chegou a trabalhar com os dois. “Nós três vivemos esse momento inesquecível e de muito aprendizado”, conta Rute Tostes, que mesmo tendo a área fiscal como tema das reuniões familiares não nega ter sido surpreendida na carreira quando ocupou cargos de chefia. “A limitação do orçamento em muitos momentos é uma dificuldade, é um impeditivo da evolução para inovação, do treinamento de equipes, criar soluções ágeis, etc. mas acaba batendo de frente com falta de recursos financeiros”, destaca. Ao mesmo tempo como gestora, destaca que essa dificuldade ensina a administrar melhor, otimizar as ideias com o que há disponível.
Rute destaca também que a quantidade de áreas do Fisco acaba encaminhando carreiras para especialização. “A quantidade de legislação e normas impede que dominemos tudo. A partir da identificação, basta se dedicar e investir na área escolhida. Investir em um conhecimento mais profundo onde você se identifica”, aponta a Auditora, que foi Secretária de Estado da Fazenda do Pará, aconselhando “concentre-se numa área e faça muito bem, com certeza você se identificando com sua área vai trabalhar muito melhor”.
A atualização também faz parte do perfil do servidor, que para Rute Tostes, não pode se acomodar com a estabilidade. “Cada vez que não nos atualizamos, somos superados por uma geração que está chegando. E as novas tecnologias que devem ser observadas não são somente as da informação, mas da prática de gestão, de relacionamento fisco/ contribuinte. O servidor completo tem que ter uma visão do seu ambiente de trabalho em consonância com as maiores práticas vigentes”, avalia lembrando que o trabalho no Fisco é um trabalho de equipe e isso deve ser reconhecido para trabalhos de excelência das lideranças, para “formar equipes engajadas e comprometidas”, conclui.
Rute Tostes estimula a presença de mulheres no serviço nessa área e fala orgulhosa que as filhas agora ingressaram como servidoras públicas “não no Fisco, mas eu repito o que disse a elas que o serviço público exige dedicação e esforço. Se sua carreira for pautada nessas qualidades, com certeza, haverá reconhecimento e o retorno social que pauta a finalidade do nosso trabalho”, finalizou.

Suely Oliveira

Os desafios da ação sindical

Em três décadas de atividades do Sindicado dos Servidores do Fisco Estadual do Pará (Sindifisco) apenas uma mulher ocupou a presidência. Foi no final dos anos 90, biênio 1997/1998. A Ana Suely Maia de Oliveira foi a primeira e única mulher a presidir a instituição e hoje recebe homenagem especial do Sindifisco.
Contadora por formação, trabalhou na administração privada e na Previdência Social antes de iniciar a carreira no Fisco.
Ao falar da presença na história das conquistas femininas na área sindical do Estado, Suely não esconde o orgulho, mas ele sempre vem acompanhado da crítica de continuar sendo a “única depois de 25 anos de ter estado na gestão”. Em 30 anos de Sindifisco, 51 mulheres fizeram parte da gestão, mas apenas uma, Ana Suely foi presidente.
“Me sinto triste porque é necessário avançar. Temos que preencher essa história da luta sindical com a presença feminina”, enfatiza Suely Oliveira. Ela ressalta que ser uma marca na história do Sindicato nos mostra a necessidade de discutir a invisibilidade feminina nas organizações sindicais, uma condição que expõe o caráter patriarcal dessas instituições. A luta sindical pavimenta a história política de combate desta servidora. Suely também foi Secretária de Desenvolvimento Urbano, vereadora em duas legislaturas por Belém e é uma voz incansável pela ampliação do espaço da mulher na sociedade. “Quando vim para a Secretaria da Fazenda, em 1993, eu procurava estabilidade, mas isso foi substituído ao perceber o campo enorme para atuação. Cheguei com o espírito de luta para construção da igualdade social e de gênero, trazendo na bagagem a luta contra o assédio e pelo respeito ao bem público”, relembra.

Entrevista

Hana Ghassan Tuma

Historia de vida: atuação por uma sociedade mais justa

A competência foi o destaque quando a servidora de carreira, Hana Ghassan Tuma, foi anunciada como candidata ao cargo de vice-governadora na chapa de Helder Barbalho, de quem foi Secretária de Planejamento e Administração no primeiro mandato. Auditora Fiscal da fazenda estadual há 30 anos e há 17 integrando a equipe técnica do govenador, Hanna Ghassan é reconhecida pela seriedade na gestão pública e na relação com servidores. O Sindifisco homenageia as mulheres do Fisco com essa entrevista em que conhecemos mais da atuação dessa representante da excelência do trabalho da mulher na área fazendária.

O que levou a senhora a fazer concurso para o Fisco?

Como contadora, a área fiscal está muito relacionada à minha escolha acadêmica e profissional. Apesar de muito concorrido à época, participei do concurso na expectativa de poder atuar em uma área com a qual me identificava fortemente, e que estava preparada para contribuir, enquanto servidora pública, em um trabalho de grande responsabilidade.

A atuação nessa área lhe surpreendeu de alguma forma?

Sim, principalmente pela oportunidade que tive de trabalhar, ao longo desses 30 anos de serviço, em diversas áreas de auditoria. Tenho uma ampla trajetória também em cargos de liderança, fui delegada de grandes contribuintes e diretora de fiscalização da SEFA, essas funções me ajudaram na preparação para que pudesse ocupar cargos no Estado, possibilitando experiência e conhecimento na área gerencial.

Que lições a senhora teve no Fisco que foram importantes para os cargos que ocupou depois?

Uma das lições certamente relaciona-se à necessidade de que tenhamos sempre em nossa vida profissional, e até como indivíduos, objetividade em nossas ações e foco nos resultados.

Que mensagem a senhora daria para quem está ingressando neste momento no serviço público de um modo geral e no Fisco em especial?

Diria que são muitas as motivações que fazem parte da escolha de entrar para o setor público. A estabilidade financeira, a possibilidade de progressão na carreira, estão entre eles, mas que fundamentalmente, tenha a consciência de que deve possuir como propósito contribuir para um serviço público mais eficiente e ágil, com respostas mais concretas à sociedade, tornando-a mais justa e com oportunidades iguais para todos.

8 de março
Por um mundo inclusivo. inovação e tecnologia para a igualdade de gênero

Todo ano o Dia Internacional da Mulher ganha nas Nações Unidas (ONU) uma temática especial. Em 2023, a escolha está alinhada ao tema prioritário da 67a sessão da “Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres”, que reconhece o impacto da lacuna de gênero digital na ampliação das desigualdades econômicas e sociais. Essa proposta destaca a importância de proteger os direitos de mulheres e meninas em espaços digitais e abordar a violência baseada em gênero on-line, que é facilitada por tecnologias da informação e da comunicação.
A ideia é discutir nesse dia especial como trazer mulheres e outros grupos marginalizados para a tecnologia, potencializando inovações que atendam às necessidades das mulheres e promovam a igualdade de gênero. Essa tematização para reflexões e cobrança de ações pela ONU, resguarda o nascimento dessa homenagem.
O dia 8 de março como Dia Internacional das Mulheres não tem um evento específico para definir a origem. A data nasceu de um conjunto de movimentos no final do século 19 e começo do século 20, contra as péssimas condições de trabalho às quais as trabalhadoras eram submetidas, com 16 horas por dia durante seis dias na semana, com vigilância para ir ao banheiro e até fora do trabalho. Elas sofriam um conjunto de abusos e assédio sexual.
Graças ao movimento operário se tornou um evento anual, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). A proposta desta data especial para reflexão sobre a posição das mulheres na sociedade foi feita por uma professora e jornalista alemã chamada Clara Zetkin, em 1910 durante uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, onde 100 mulheres de 17 países estavam reunidas e elas concordaram por unanimidade.
A data foi celebrada pela primeira vez em 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Mas o Dia Internacional das Mulheres só foi oficializado em 1975, quando a ONU começou a comemorar essa data.
Com isso, recebeu visibilidade e se tornou uma ocasião para celebrar os avanços e discutir os desafios das mulheres na sociedade, na política e na conscientização em relação à contínua desigualdade de gênero.
De acordo com o relatório “UN Women’s Gender Snapshot 2022”, da ONU Mulheres, a exclusão feminina do mundo digital eliminou 1 trilhão de dólares do produto interno bruto de países de baixa e média renda na última década. Essa perda cresce para 1,5 trilhão de dólares até 2025, se não houver nenhuma mudança. A ONU aponta que reverter essa tendência exige o enfrentamento do problema da violência online, o que um estudo com 51 países revelou que 38% das mulheres já experimentaram pessoalmente. Para isso é preciso incorporar a perspectiva de gênero na inovação, tecnologia e educação digital.