S\u00f3 uma reforma que enfrente os privil\u00e9gios tribut\u00e1rios dos super-ricos pode socorrer os mais pobres.<\/em><\/p>\n

Diante do dilema sobre como conseguir recursos para financiar uma renda b\u00e1sica permanente para as pessoas que mais precisam, o presidente da Federa\u00e7\u00e3o Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Charles Alcantara, deu a receita: A implanta\u00e7\u00e3o de uma Reforma Tribut\u00e1ria Justa e Solid\u00e1ria que enfrente as desigualdades e a crise a partir da implanta\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Grandes Fortunas e do Imposto de Renda progressivo (quem tem mais paga mais), al\u00e9m de promover mudan\u00e7as nas regras do Imposto sobre Heran\u00e7a (o ITCMD), entre outras sugest\u00f5es.<\/p>\n

<\/p>\n

Alcantara – que tamb\u00e9m preside o Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual (Sindifisco\/Par\u00e1) – participou nesta ter\u00e7a-feira (1\u00b0) de um debate no You Tube, promovido pela Rede Brasileira de Renda B\u00e1sica, e voltou a defender as propostas contidas no documento \u201cTributar os super-ricos para reconstruir o pa\u00eds\u201d, elaborada pela Fenafisco e entidades parceiras, que prop\u00f5e taxar os 0,3% dos mais ricos do Brasil para que seja poss\u00edvel arrecadar R$ 292 bilh\u00f5es para a Sa\u00fade, Educa\u00e7\u00e3o, Seguran\u00e7a e programas sociais, como a renda b\u00e1sica.
\n\u201cA tributa\u00e7\u00e3o dos super-ricos \u00e9 imperativo social, econ\u00f4mico e humanit\u00e1rio”, disse o sindicalista. Ele explicou que \u00e9 imposs\u00edvel discutir reforma tribut\u00e1ria sem colocar no centro da discuss\u00e3o quatro pressupostos: a grande desigualdade social, o sistema tribut\u00e1rio que \u00e9 um dos mais regressivos do mundo (penaliza os mais pobres e a classe m\u00e9dia), o fato da reforma tribut\u00e1ria progressiva ser o pilar ainda n\u00e3o conclu\u00eddo pelo Estado Social criado pela Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, e, finalmente, a necessidade de recapacitar o Estado Brasileiro para enfrentar a crise provocada pela pandemia.
\nSegundo Alcantara, a reforma tribut\u00e1ria solid\u00e1ria \u00e9 simples de ser implantada do ponto de vista t\u00e9cnico, mas que a quest\u00e3o \u00e9 pol\u00edtica. “O problema \u00e9 a disputa de interesses da sociedade e as for\u00e7as que atuam no sentido de bloquear essa agenda da tributa\u00e7\u00e3o progressiva\u201d.
\nAlcantara destacou que o Brasil \u00e9 um dos pa\u00edses que mais tributa o consumo no mundo, por\u00e9m \u00e9 o que menos tributa a renda. Um exemplo \u00e9 que a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda \u00e9 uma das menores entre os pa\u00edses desenvolvidos. \u201dHoje temos uma al\u00edquota m\u00e1xima de 27,5% no Imposto de Renda. Em 1988, a al\u00edquota m\u00e1xima era de 45%.
\nAlcantara observou que o Imposto de Renda foi sendo esvaziado por uma escolha da nossa elite econ\u00f4mica e citou que nos anos de 1990 acabaram com a tributa\u00e7\u00e3o de lucros e dividendos. “N\u00f3s temos que corrigir esse percurso equivocado. \u00c9 nosso dever corrigir”.
\nEle ainda criticou a import\u00e2ncia exagerada que tecnocratas e m\u00eddia d\u00e3o para a obedi\u00eancia ao Teto dos Gastos, aprovado em 2016 e que congelou por 20 anos os gastos p\u00fablicos. \u201cMe parece que o teto de gastos se tornou mais importante do que os objetivos fundamentais da Constitui\u00e7\u00e3o Federal: promover uma sociedade livre, solid\u00e1ria, erradicar a pobreza e marginaliza\u00e7\u00e3o, reduzir desigualdade social”.
\nAlcantara observou que o or\u00e7amento p\u00fablico n\u00e3o \u00e9 uma quest\u00e3o t\u00e9cnica, \u00e9 uma posi\u00e7\u00e3o pol\u00edtica. E exemplificou com a recente medida tomada pelo governo Bolsonaro que, em plena crise, reduziu em 8% os gastos com Educa\u00e7\u00e3o e 12% com Sa\u00fade, enquanto a Defesa teve um aumento de 16%.
\n“O or\u00e7amento p\u00fablico envolve escolhas, por isso deve ser um debate que envolva a sociedade e n\u00e3o apenas os tecnocratas”.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

S\u00f3 uma reforma que enfrente os privil\u00e9gios tribut\u00e1rios dos super-ricos pode socorrer os mais pobres.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":14888,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_uag_custom_page_level_css":"","ngg_post_thumbnail":0,"pgc_sgb_lightbox_settings":"","footnotes":""},"categories":[13,7],"tags":[],"class_list":["post-14887","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-manchete","category-noticia"],"uagb_featured_image_src":{"full":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede.png",715,453,false],"thumbnail":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede-150x150.png",150,150,true],"medium":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede-300x190.png",300,190,true],"medium_large":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede.png",640,405,false],"large":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede.png",640,405,false],"1536x1536":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede.png",715,453,false],"2048x2048":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede.png",715,453,false],"post-thumbnail":["https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-content\/uploads\/2020\/09\/rede-624x395.png",624,395,true]},"uagb_author_info":{"display_name":"Sergio Bastos","author_link":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/author\/sindifisco\/"},"uagb_comment_info":0,"uagb_excerpt":"S\u00f3 uma reforma que enfrente os privil\u00e9gios tribut\u00e1rios dos super-ricos pode socorrer os mais pobres.","_links":{"self":[{"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14887","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=14887"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14887\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":14889,"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/14887\/revisions\/14889"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/14888"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=14887"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=14887"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=14887"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}