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{"id":5542,"date":"2014-11-24T11:56:55","date_gmt":"2014-11-24T14:56:55","guid":{"rendered":"http:\/\/sindifisco-pa.org.br\/?p=5542"},"modified":"2014-11-24T11:57:56","modified_gmt":"2014-11-24T14:57:56","slug":"competicao-tributaria-entre-estados-brasileiros","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/sindifisco-pa.org.br\/competicao-tributaria-entre-estados-brasileiros\/","title":{"rendered":"Competi\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria entre estados brasileiros"},"content":{"rendered":"

A competitividade tribut\u00e1ria entre os estados, vulgarmente chamada de guerra fiscal, tem sido apontada como a grande quest\u00e3o a ser resolvida no complexo sistema de tributos do Pa\u00eds. De forma simplista, cita-se como solu\u00e7\u00e3o a equaliza\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas para os diversos estados da Federa\u00e7\u00e3o, retirando de cada um deles o poder de atrair empresas atrav\u00e9s da redu\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria. A grande quest\u00e3o da economia brasileira, para que entremos em um novo ciclo virtuoso, \u00e9 prover competitividade \u00e0s empresas. O modelo anterior, de indu\u00e7\u00e3o ao consumo atrav\u00e9s de cr\u00e9dito, est\u00e1 esgotado. E um dos itens centrais na busca pela competitividade \u00e9 reformar um sistema tribut\u00e1rio arcaico e que atrapalha o bom funcionamento da economia.<\/p>\n

O ICMS nasceu para ser um imposto sobre o valor adicionado, cabendo ao consumidor final o pagamento total do tributo. V\u00e1rios mecanismos, no entanto, foram sendo criados, distorcendo a racionalidade do imposto, tais como: 1- Impostos diferentes de valor adicionado – \u00c0 mesma \u00e9poca do ICMS, foi criado o IPI. Posteriormente, foi a vez do PIS\/COFINS, com o mesmo conceito do valor adicionado, mas com outra legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel. Para piorar, os estados criaram legisla\u00e7\u00f5es pr\u00f3prias e, assim, o contribuinte \u00e9 submetido a 27 regras diferentes; 2- N\u00e3o ressarcimento dos cr\u00e9ditos – Em v\u00e1rias opera\u00e7\u00f5es, n\u00e3o se consegue compensar todos os cr\u00e9ditos obtidos,que acabam virando custo para as empresas. A mais flagrante distor\u00e7\u00e3o \u00e9 no caso das empresas exportadoras.<\/div>\n
Na verdade, exportamos impostos, o que \u00e9 um completo absurdo; 3- Taxa\u00e7\u00e3o do investimento \u2013 A maioria dos estados estabelece o imposto sobre bens de capital. Esse imposto, que normalmente \u00e9 compensado em 48 meses, gera, no entanto, um custo financeiro sem sentido para as empresas que est\u00e3o investindo; 4- Uso abusivo da substitui\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria – O mecanismo da substitui\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria faz sentido quando se tributam produtos nos quais o n\u00famero de fabricantes \u00e9 pequeno quando comparado, por exemplo, aos que comercializam. No entanto, a maioria dos estados brasileiros aplica a substitui\u00e7\u00e3o em uma quantidade enorme de produtos, onerando a cadeia produtiva. No caso das empresas que utilizam o Simples, h\u00e1 uma evidente bitributa\u00e7\u00e3o; 5- Al\u00edquotas muito elevadas em produtos centrais para a competitividade – Como o ICMS \u00e9 a maior fonte de receitados principais estados, as al\u00edquotas praticadas em insumos como eletricidade e telecomunica\u00e7\u00e3o s\u00e3o extremamente altas. Por outro lado, o ICMS vem sendo utilizado pelos estados para atrair ind\u00fastrias.<\/div>\n
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Os benef\u00edcios, que deveriam ser aprovados pelo Confaz, s\u00e3o o mais potente a trator para segmentos como o automotivo e o farmac\u00eautico, cuja competi\u00e7\u00e3o vai al\u00e9m dos estados, ocorrendo entre pa\u00edses. Portanto, a redu\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria, atrav\u00e9s do ICMS, acaba sendo fundamental para a instala\u00e7\u00e3o de f\u00e1bricas no Brasil, levando \u00e0 desconcentra\u00e7\u00e3o industrial e ao desenvolvimento regional. Na verdade, quando comparamos a utiliza\u00e7\u00e3o da redu\u00e7\u00e3o do ICMS como fator de desconcentra\u00e7\u00e3o com os fundos regionais, como Sudam e Sudene, verificamos a sua maior efetividade.<\/div>\n
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A legisla\u00e7\u00e3o que torna o Confaz o “harmonizador” dos incentivos \u00e9 uma cria\u00e7\u00e3o da ditadura, elaborada em 1975com o objetivo de centralizar as decis\u00f5es, desconsiderando a heterogeneidade da sociedade brasileira.Conclu\u00edmos, assim, pela \u00f3bvia necessidade de simplifica\u00e7\u00e3o, transpar\u00eancia e redu\u00e7\u00e3o da carga dos produtos que mais atingem a competitividade da ind\u00fastria. Os governadores, democraticamente eleitos, devem ter o direito de reduzir o tributo para atrair empresas, deixando que os eleitores de seus estados julguem a adequa\u00e7\u00e3o dos seus atos.<\/div>\n
Julio Bueno \u00e9 secret\u00e1rio estadual de Desenvolvimento Econ\u00f4mico, Energia, Ind\u00fastria e Servi\u00e7os do Rio de Janeiro<\/div>\n
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Fonte: Brasil Econ\u00f4mico<\/strong><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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