Apesar do crescente aumento de den\u00fancias contra empresas que utilizam m\u00e3o de obra escrava, o n\u00famero de auditores fiscais do trabalho, respons\u00e1veis pela fiscaliza\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es dadas pelas empresas aos trabalhadores, vem sendo reduzido nos \u00faltimos anos.<\/p>\n

De acordo com a presidenta do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge, atualmente, o grupo de inspe\u00e7\u00e3o do trabalho, do Minist\u00e9rio do Trabalho e Emprego, conta com o apoio de quatro equipes do Grupo Especial de Fiscaliza\u00e7\u00e3o M\u00f3vel. De acordo com a presidenta do Sinait, o n\u00famero de equipes j\u00e1 chegou a nove, mais que o dobro do contingente atual.<\/p>\n

A redu\u00e7\u00e3o de pessoal para atuar no combate e na fiscaliza\u00e7\u00e3o do trabalho escravo compromete, segundo Rosa Maria, os resultados da pol\u00edtica de enfrentamento ao crime. “Essa \u00e9 nossa primeira dificuldade: o baixo n\u00famero de auditores. Estamos reduzidos a quatro equipes [do grupo m\u00f3vel]. H\u00e1 uma demanda muito grande de den\u00fancias e os auditores t\u00eam se desdobrado para dar conta desse volume”, reclamou. Para ela, o grupo constitui um dos principais instrumentos do governo para reprimir o trabalho escravo no pa\u00eds.<\/p>\n

J\u00e1 o chefe da Divis\u00e3o de Fiscaliza\u00e7\u00e3o para Erradica\u00e7\u00e3o do Trabalho Escravo, Alexandre Lyra, informou \u00e0\u00a0Ag\u00eancia Brasil\u00a0<\/b>que os \u00f3rg\u00e3os respons\u00e1veis pelo trabalho de fiscaliza\u00e7\u00e3o n\u00e3o t\u00eam sido prejudicado pelos cortes or\u00e7ament\u00e1rios dos \u00faltimos anos.<\/p>\n

“Historicamente, nunca sofremos restri\u00e7\u00f5es em decorr\u00eancia dos cortes or\u00e7ament\u00e1rios. A rubrica do trabalho escravo sempre manteve a sua capacidade de atua\u00e7\u00e3o e n\u00e3o temos casos de diminui\u00e7\u00e3o em a\u00e7\u00f5es fiscalizat\u00f3rias em raz\u00e3o desses cortes”, disse \u00e0\u00a0Ag\u00eancia Brasil<\/b>.<\/p>\n

Al\u00e9m da redu\u00e7\u00e3o do efetivo para a\u00e7\u00f5es de fiscaliza\u00e7\u00e3o\u00a0in loco<\/i>, a presidenta do Sinait considerou como um \u201cgrande golpe\u201d a liminar do Supremo Tribunal Federal que proibiu, no fim do ano passado, a divulga\u00e7\u00e3o da lista das empresas flagradas com trabalhadores em situa\u00e7\u00f5es an\u00e1loga \u00e0 escravid\u00e3o, conhecida como lista suja do trabalho escravo.<\/p>\n

Ela disse que a publica\u00e7\u00e3o da lista contribui para que as empresas flagradas deixem de receber financiamento de bancos p\u00fablicos e para que as pessoas evitem produtos oriundos dessas institui\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

De acordo com relat\u00f3rio do Grupo Especial de Fiscaliza\u00e7\u00e3o M\u00f3vel,\u00a0em duas d\u00e9cadas, foram libertados 47.902 trabalhadores em condi\u00e7\u00f5es an\u00e1logas \u00e0 escravid\u00e3o<\/a>. No per\u00edodo, as equipes do Minist\u00e9rio do Trabalho fizeram 1.724 opera\u00e7\u00f5es em 3.995 estabelecimentos. Apenas no ano passado, 1.398 trabalhadores foram resgatados. O valor das indeniza\u00e7\u00f5es para o pagamento dos sal\u00e1rios e benef\u00edcios devidos aos trabalhadores somam, ao longo dos 20 anos, mais de R$ 92 milh\u00f5es.<\/p>\n

Fonte: Ag\u00eancia Brasil<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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