Após a fala de Fabrício, a secretária Ana Carla Abrão começou a discorrer sobre as questões, analisando ponto por ponto. Ainda trajando o colete do fisco em função da operação Cerco Goiânia, realizada na manhã de sexta-feira, ela foi franca e direta. A titular da Sefaz iniciou seu discurso destacando a qualidade do fisco, de quem espera um grande empenho para realizar um trabalho transformador. Além disso, destacou que o Sindifisco e a Affego são os interlocutores da categoria levar as suas reivindicações ao governo.
Segundo ela, o Estado está passando por um processo de profundo ajuste fiscal, o que gera medidas difíceis num primeiro momento. Ela argumentou que 75% do dinheiro que entra nos cofres do Estado têm como destino a folha de pagamento. Outros 25% é para pagar a dívida, que, em caso de inadimplência, o Estado deixa de receber os recursos dos empréstimos federais.
Em relação à carreira do fisco, ela destacou que tem de ver o projeto que já existe e analisar. No entanto, ela não consegue colocar essa questão como prioridade número um em função momento orçamentário que vive o Estado. Sobre a reestruturação da Sefaz e conseqüente diminuição do número de delegacias regionais de fiscalização, Ana Carla frisou que a medida foi um ato do governador Marconi Perillo e, nesse momento, é lei. Ela destacou ainda que as delegacias regionais de Goiás e Catalão serão reativadas.
A secretária assumiu o compromisso com o pagamento de diárias. Segundo ela, essa questão será resolvida e já está dentro do orçamento, com vistas a colocar o pagamento em dia. No entanto, em função da situação financeira do Estado, não tem como dar um prazo para a solução do problema.
Sobre a informática, ela não sabia que o serviço era um problema. No entanto, admitiu que esse é um gargalo em vários setores do Estado. Ela entende que a informação é de suma importância para os trabalhos dos servidores da Sefaz, que tem ainda a peculiaridade de trabalhar com sigilo fiscal.
O ponto eletrônico foi mesmo a questão mais espinhosa da reunião. Ana Carla se mostrou surpresa com essa polêmica, que deve ser motivada, na sua visão, por uma questão cultural. Destacando que a medida foi adotada pelo governador, ela disse que toda sua vida profissional ocorreu em um mundo onde a necessidade de bater ponto é um entendimento pacífico e uma obrigação natural por parte do empregado. Segundo ela, ponto eletrônico não foi adotado para prejudicar quem trabalha, mas apenas para impedir distorções. “Não estou desvalorizando ninguém ao estabelecer o ponto eletrônico”. Ela entendeu que há espaço para flexibilizar a aferição da freqüência dos servidores, sem prejuízos para o Estado.